Dietas restritivas podem causar alterações sistêmicas de saúde e não entregar resultados almejados de emagrecimento e controle de peso
Recorrer às dietas restritivas com objetivo de emagrecimento tem se tornado, infelizmente, cada vez mais comum conforme se mantém um objetivo estético padronizado.
Entretanto, a alimentação deve ser vista primordialmente como uma questão de saúde antes de um recurso para alcançar fins estéticos.
A seguir entenda o que são as dietas restritivas e conheça alguns mitos e verdades sobre o assunto.
O que são dietas restritivas?
As dietas restritivas são aquelas que eliminam ou limitam significativamente a ingestão de um grupo alimentar, calorias ou a quantidade de alimentos. Alguns exemplos incluem:
- Dieta low carb: consiste na dieta que prevê a redução da ingestão de carboidratos, sendo evitados massas, arroz, trigo, refinados e outros;
- Dieta cetogênica: é mais restrita que a low carb ao restringir ainda mais o consumo de carboidratos que são, praticamente, eliminados da dieta;
- Intermitente: consiste em pular refeições, mantendo-se em jejum em períodos de 16 até 32 horas. Durante o período, são ingeridos apenas líquidos, como água, chás e café sem açúcar;
- Detox: consiste na remoção dos processados, doces e gorduras trans da alimentação e pode incluir a ingestão de refeições mais líquidas, como sopas e caldos, a depender de como é realizada.
Portanto, são diferentes tipos de dietas restritivas que existem, mas o objetivo é, geralmente, o emagrecimento.
Mitos e verdades sobre dietas restritivas
Antes de aderir às dietas restritivas, especialmente se o objetivo é emagrecer, é fundamental conhecer alguns mitos e verdades sobre o tema para tomar uma decisão mais embasada e consciente.
Carboidratos engordam – MITO
Antes de serem responsabilizados pelo ganho de peso é importante ver os carboidratos como a principal fonte energética do organismo.
Dessa forma, só será estocado em forma de gordura se houver um excesso calórico não gasto no dia a dia. Sendo assim, a ausência dos carboidratos pode levar à fadiga e à indisposição, especialmente se realizar atividades físicas.
O ideal é ter um consumo diário de carboidrato compatível com o gasto calórico. Pessoas sedentárias vão consumir menos do que quem faz atividades de alta intensidade, mas eles são importantes para os processos metabólicos em ambos os casos.
Dietas restritivas alteram o metabolismo? – VERDADE
Não pense que as alterações metabólicas causadas pelas dietas restritivas são benéficas à saúde, pelo contrário, essas mudanças são bastante prejudiciais.
A baixa ingestão de carboidratos em conjunto com o consumo pobre de proteínas pode desregular o metabolismo e sobrecarregar os rins levando a quadros de hiperglicemia, vômito e problemas respiratórios.
Dietas restritivas são sustentáveis a longo prazo – MITO
Engana-se quem pensa que vai mudar a alimentação e a restrição vai funcionar no longo prazo.
A restrição alimentar não se sustenta por muito tempo, pois o organismo começa a ficar debilitado, o que mitiga a motivação mesmo das pessoas mais empenhadas em perder peso.
O resultado é a culpabilização individual em vez da compressão de que a estratégia em si, é insustentável no longo prazo por fatores metabólicos, psicológicos e até mesmo sociais.
Aumento do risco de efeito sanfona – VERDADE
As estratégias de emagrecimento baseadas em dietas restritivas com a diminuição do consumo de carboidratos apresentam resultados, geralmente, insatisfatórios.
Estima-se que aproximadamente 75% das pessoas que adotam essas dietas acabam por retornar ao peso anterior, posteriormente.
Isso se deve ao fato de tais dietas não serem sustentáveis e também às mudanças metabólicas causadas, de forma que assim que o organismo identifica que houve um aumento no consumo de carboidratos, tende a armazenar gordura para períodos de escassez, como ele identifica a fase de dieta.
Não há relação com transtornos alimentares – MITO
Outra questão que favorece o efeito sanfona após as dietas restritivas e já existe uma relação comprovada é a manifestação de transtornos alimentares.
Muitas pessoas argumentam que ao fazer a dieta não quer dizer que têm algum transtorno, mas a fase de restrição alimentar, geralmente, é seguida de um período de compulsão.
Em outros casos, os pacientes com medo de engordar novamente ao voltar a comer normal desenvolvem transtornos como a bulimia, igualmente grave à saúde física e mental.
Dietas restritivas podem causar queda de cabelo – VERDADE
As alterações de saúde provocadas pelas dietas restritivas, como déficit nutricional, desregulação hormonal e outras levam a problemas secundários diversos, como falta de foco, fadiga, fraqueza muscular, tontura e queda de cabelo.
Nesse caso, a queda de cabelo deve-se ao fato de que o organismo entende que precisa direcionar os escassos recursos às atividades vitais e os processos metabólicos secundários, como crescimento capilar, deixam de receber nutrientes.
Portanto, pode-se gerar um quadro geral de distúrbio de saúde com vários sintomas sistêmicos.
Existem benefícios nas dietas restritivas – DEPENDE
Ah, então quer dizer que as dietas restritivas são sempre ruins e fim? Não!
O que ocorre é que o uso dessas dietas tem sido com fins equivocados, pois elas não são as mais apropriadas para o emagrecimento, que deve se basear em uma reeducação alimentar.
Na reeducação nenhum macronutriente é removido e os novos hábitos são estabelecidos com o tempo, de forma que os resultados são mais lentos, mas mais saudáveis e sustentáveis.
As dietas restritivas podem, inclusive, ser necessárias, mas essa orientação deve ser realizada por um especialista após avaliação individual do caso.
O acompanhamento individual do nutrólogo e nutricionista vai garantir a definição de uma dieta mais apropriada às necessidades pessoais, considerando todo o contexto de saúde do paciente, seus objetivos e os resultados no longo prazo.
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